sábado, 7 de janeiro de 2012

O Sonho e o Pescador

Lembro pouco, mas acho que era eu. Estava próxima de um barco simples, numa praia pequena e pouco movimentada. Como se a minha vida fosse um filme.
Agora é a vez do sim- ele me disse. Um jovem pescador, usava óculos ,cabelos compridos e presos. Um olhar terno que por momentos se ofuscava por um meio sorriso... Sentia sem saber como e nem o porquê: Era um sábio calçando chinelos. Há essas alturas do sonho, parecia perfeitamente adequado confiar em um homem que, trajando vestes simples, sobrevivia apenas com a venda dos seus peixes. Ele não era um santo salvador e nem eu parecia querer. Por mais perdida que estivesse, queria apenas um ombro amigo.
Ele insistiu:- Agora é a vez do sim. Larguei minha pesada bolsa no chão, torcendo para que junto com meus documentos, deixasse pra trás a saudade que me perseguia como uma cicatriz.
Ele sorriu mansamente, como quem já tivesse previsto minha atitude. Sussurrou novamente, dessa vez questionando: - Sim?
Então entrei no barco e me entreguei, pensando cada vez menos em problemas e nas minhas convenções, deixando-me levar por novos instintos. Enfim disse sim.

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