segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O Baú - O Término


Vontade de começar escrevendo sobre o gosto dos acasos teus em mim.
Eles se repetem juntos e harmoniosos,
Em uníssono como uma canção bem feita.

Tu és minha melodia mais pura,
Minha 'batida que bate' como a tua mente agitada aprendeu.


O choro da alma,
Disfarçado de teclado e encontrado na tua melhor amiga Bateria... Ah! Bateria!

A cede que não para e só repete,
A dúvida maldita que não mata...
Ahh... Pena, loucura foi embora.


Me contendo em suprir a carência incerta
do vermelhidão
Dos teus olhos nervosos.

Você pode se encontrar na minha metade anjo.
Deve escorregar pelo outro lado
Também verdadeiramente dócil.

A vida é escola pra quem não falta
Nenhuma aula.
A moça que não quebra um prato é feliz.

De cara limpa(com muito orgulho),
Olhos perdidos mas mente focada,
Ego controlado,


O silencio não compreendido.
Vai embora!
idealizando o doce,

Suave- pensamento em você.

Eu sou a cura do teu desespero- Como dói em mim.
Cavalgo nos picos da vida contigo.
Minha batida é pra você

Descobri-te por capricho,

Mas te conquistei com a semelhança de gente ativa.
Levando silêncio ao caos...


De cada dia.


Quero fazer tudo com amor,
Aliviar o desconforto,
Pois o baú foi aberto.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Moletom


Eu guardei. Está comigo todos esses anos. No início eu tinha mania de cheirá-lo antes de usar para dormir. Quando você me emprestou, ainda era novinho, tinha aquele cheiro de loja. Não me recordo se sentia o teu perfume nele, mas só as lembranças já me eram o suficiente.
Teve ainda aquele episódio que você me pediu ele de volta. Num tom bem direto, expondo isso numa rede social qualquer. Eu apaguei o recado, te deletei dos meus contatos e nunca mais toquei no assunto com mais ninguém.
Ele continuava comigo, ocupando um bom espaço! Devido a tua altura e porte o volume da peça ocupava uma prateleira inteira das minhas roupas de inverno. Na época, devido algumas mágoas até pensei, por um segundo, em queimar o abrigo- pra me livrar logo dele. (E de ti). Mas refleti melhor e vi que essa atitude seria ainda mais infantil do que a birra de não ter te devolvido...

O tempo passou e o moletom da cor verde se tornou um verdadeiro estorvo no meu quarda-roupa... Era uma lembrança viva e esparramada no meu espaço. Seria muito chato voltar a falar contigo só pra devolver o canguru, você poderia achar que eu estava arrumando desculpa.... Meu orgulho venceu. Não te procurei.
Uma amiga veio me visitar e mexendo nas minhas roupas encontrou o tal do moletom. Como ainda estava novo, ela perguntou de quem era e disse que o seu namorado adorava a marca do canguru. Chegou a tirar uma foto pelo celular e mandar para o ele, que era atleta patrocinado pela marca rival.

-Leva. –Falei. Feliz da vida por ter me livrar da peça e ainda deixar minha amiga contente.

Ela levou consigo o meu ”probleminha”.
No outro dia ela me aparece com o canguru verde na mão! Edu, seu namorado, não poderia usar aquela marca, estava proibido no seu contrato com o patrocinador.
Concordei. Já estava desconfiada, era eu que estava apegada ao verdinho ou ele a mim? Que besteira! –Pensei.
Resolvi fazer a doação para o meu primo. Minha vó veio nos visitar e eu a incumbi de levar o moleton pra cidade dele, que é a mesma cidade onde ela mora.

O verdinho então partiu. Quase do mesmo jeito que chegou, sem muitos avisos, num dia de garoa fria de maio. “Pegou” o Unesul e partiu pra Santo Antonio da Patrulha.
Passa mais uma semana.Toca a campainha. Chega a minha vó, sorridente, carregando sacolas com cuca, geléia caseira, bolo, pão de ló e... Uma sacola da Renner!

-Carol! Nem cheguei a dar o moletom pro teu primo porque agora ele tá numa fase de se vestir como rockeiro, só usa preto. Que judiaria... Mas tu pode usar! Esse verde combina com os teus olhos!

E combina mesmo! Decidi. Ele vai ficar comigo, dá pra usar em casa, ainda mais nesses dias frios que andam fazendo em Porto Alegre.

Semana passada fizemos um churrasco aqui, vieram os antigos moradores dessa casa (que hoje são nossos amigos) e seus dois filhos. Matheus e Rafaela.

Eu havia me esquecido que eles iam nos visitar, quando tocaram a companhia, levei um verdadeiro susto! Tirei o moleton verde, joguei no sofá, corri pro quarto e coloquei outro casaco. Conversa vai, conversa vem, convidei a Rafa e o Matheus pra tomar um chima na sala, pois o almoço ainda ia demorar. Matheus teve praticamente um deja vu ao chegar na sala: Carolzinha! Eu tinha um moletom igual a esse! Acredita que a empregada queimou?

-Leva. –As palavras saíram sem o meu controle.

-Capaz!

Ele começou a rir... E tinha que rir mesmo! Matheus cursava medicina numa faculdade particular, é de família abastada, devia ter uns 50 abrigos parecidos (e novos) em casa.

-Leva. Repeti. Acabei por criar um clima tenso e bizarro ao mesmo tempo. Já estava fora de mim com essa história de moletom.
Rafaela, me fitou com cara de espanto.

-Leva, leva... Pode levar!
Não preciso nem contar o final. Meu amigo Matheus não levou o moletom e eu continuo sem espaço na segunda prateleira de roupas de inverno do meu guarda-roupa. Mas sabe que ele até que combina com os meus olhos...

sábado, 10 de março de 2012

Fragmentos

Quando não estamos concentrados no que estamos fazendo, o pensamento vaga. Aí você entra e eu me retiro para admirar, mesmo que pelo simples pensamente, a tua existência conturbada. Aquela lembrança distante e discreta. A ânsia de ouvir te falar no outro dia... E isso acontece com todo mundo- penso. Variando apenas o tipo de pensamentos, a freqüência e a importância que cada um deles tem. (Mas que introdução mais tosca, já estou a repetir comigo mesma.)
Sabe quando certos assuntos pedem introdução, muito mais por caráter de necessidade, do que por qualquer outro motivo¿
(Não enrola, “fala”.)
Enfim... Foi mais ou menos assim o princípio do “quase amor”. Na companhia dele me vinham todo tipo de pensamento possível, numa alta freqüência, ordenados pelas suas aventuras. Um tipo novo de excitação.
Ele chegou, com aquele jeitinho paciente, se aproximou com a velha postura: olhos atentos e corpo relaxado. Sorriu durante uns dez minutos, talvez mais. Até já ouvi comentários sobre seus sorrisos, calculados estrategicamente para cada pessoa ou situação. Porém eu diria que comigo ele era espontâneo. Não somente as risadas, mas o conjunto. Uma harmonia perfeita, aquele tipo de pessoa que, transmitindo entusiasmo por tudo, sente-se bem em qualquer lugar e nos coloca na mesma situação.
Decidi me deixar viajar com ele.
E todas as coisas que mereço resumo, não, mentira! Não resumo... Não aponto, nem penso muito sobre o que não conheço!
Gosto de ti como uma canção de batida alegre, meio pop, meio...
Deixei...
Dois minutos depois, estava aqui. Só, olhando para o ventilador, que desligado, produzia um imenso silêncio nesse pequeno espaço..O ontem perfeito, pouco tempo, algumas horas, cenas se arrastando nesse espaço lúdico, que é teu também.
Sem querer passar mensagem alguma, quando o que aprendi com você foi justamente deixar a realidade vir até o nosso sonho.
O despertar nos dias frios, a mão sempre quentinha e o coração que, mesmo acostumado, continuava a bater forte na segunda semana do mês de maio.
Satisfação dos amantes e apreciadores de bons livros. Fieis somente aos prazeres evidentes, deixando as regrinhas chatas para os corretos.
Fraqmentos.
Jurei não contar uma história tão longa. Então não há maiores definições, previsões, análises... E também não existem mais versos, belos ou perdidos. Só o encontro com o teu suspiro disfarçado de amor novo, de novo.

sábado, 7 de janeiro de 2012

O Sonho e o Pescador

Lembro pouco, mas acho que era eu. Estava próxima de um barco simples, numa praia pequena e pouco movimentada. Como se a minha vida fosse um filme.
Agora é a vez do sim- ele me disse. Um jovem pescador, usava óculos ,cabelos compridos e presos. Um olhar terno que por momentos se ofuscava por um meio sorriso... Sentia sem saber como e nem o porquê: Era um sábio calçando chinelos. Há essas alturas do sonho, parecia perfeitamente adequado confiar em um homem que, trajando vestes simples, sobrevivia apenas com a venda dos seus peixes. Ele não era um santo salvador e nem eu parecia querer. Por mais perdida que estivesse, queria apenas um ombro amigo.
Ele insistiu:- Agora é a vez do sim. Larguei minha pesada bolsa no chão, torcendo para que junto com meus documentos, deixasse pra trás a saudade que me perseguia como uma cicatriz.
Ele sorriu mansamente, como quem já tivesse previsto minha atitude. Sussurrou novamente, dessa vez questionando: - Sim?
Então entrei no barco e me entreguei, pensando cada vez menos em problemas e nas minhas convenções, deixando-me levar por novos instintos. Enfim disse sim.