quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Os Garimpeiros

Os Garimpeiros
As jóias são realmente lindas, tanto as pequenas como as mais chamativas. Delicadas, exóticas, brilhantes, discretas. Todas elas nos chamam a atenção, desde que sejam verdadeiras. As imitações sempre carregam consigo aquele “ar de falsidade”, mesmo que muitas vezes sejamos apenas nós que saibamos sua real procedência.
Quando procuramos jóias, onde vamos? Na loja adequada, é claro. É lá que as belas se encontram, em vitrines de vidro blindadas, com anúncios discretos, pois o real brilho da peça ofusca qualquer tipo de propaganda.
Por sorte que as pessoas não são jóias, embora, muitas vezes nós carinhosamente apelidamos de “jóias” os irmãos e irmãs de jornada que, se tornam de alguma forma, especiais.
As pessoas já são deliciosamente mais complicadas do que as jóias. Não há fórmula para o ser humano, não existem duas pessoas completamente iguais, não há código que não mude. Na mais perfeita tentativa, temos o código genético e mesmo ele, está sendo descoberto com o passar dos anos, nada empiricamente definitivo. Estamos em constante transformação e não há estigma, preconceito, tradição ou estereótipo que refute isso. O fato aqui é que estamos nos transformando e que, embora desejássemos às vezes, não somos perfeitos e imutáveis como as jóias.
Um diamante bruto, no máximo. E jóia que se encontra na mina de diamantes, ainda! No fundo, cada um conhece a profundidade e o caminho do seu garimpo interior.
Ao nos relacionarmos, estamos entrando em uma aventura nova, que se renova a cada instante, escolhendo, quando podemos, as regras e os lugares a serem explorados. Colocamos nossa roupa adequada, um capacete para proteção e vamos em busca das nossas jóias, não no shopping, mas na mina ou no garimpo.
Descobrimos então, como uma surpresa repetida, que as pessoas não são jóias como as das vitrines blindadas! Elas não são perfeitas, são “brutas”, variadas, elas mudam e nem sempre brilham. E mais, somos nós que a atribuímos seu verdadeiro valor... Ficamos contentes! Depois pensamos um pouco mais e, num momento egoísta, nos entristecemos. Afinal de contas, terei que dar uma de garimpeiro para encontrar essa jóia? Não posso simplesmente ir à loja mais próxima?
É hora de entrar nas minas de ouro e diamante, se preparar e ir em busca das nossas preciosidades. De entrar nos garimpos escuros, com capacete e uma lanterninha na mão. A troca é trabalhosa e gratificante, somos nós, somente, que damos essa proporção. Deixar as minas abertas, com a devida vigilância, é igualmente importante.

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“Desconfie dos homens de promessas fáceis.” (Cardeal Mazarin) .

“Renda-se como eu me rendi, mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender. Viver ultrapassa todo entendimento”. (Clarice Lispector).

“Por educação eu perdi minha vida.” (Arthur Rimbaud).

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